Traficantes de Salvador usam armas em seções, têm "prioridade" na votação e fazem ameaças, denunciam mesários no TRE

As eleições deste ano são marcadas exatamente pela proibição de armas dentro das seções eleitorais de todo o país, segundo regulamentação do Tribunal Superior Eleitoral. 


Presidentes de seções que atuaram no primeiro turno das eleições em Salvador reclamaram ao Tribunal Regional Eleitoral sobre a insegurança em alguns bairros. A informação foi dada ao Aratu On por fontes que estavam em um encontro promovido pela Corte baiana, na sede do órgão, no Centro Administrativo da Bahia, na sexta-feira (21/10).

Durante a conversa, um presidente disse que traficantes têm entrado para a votação sem respeitar a fila, armados. O nome e o rosto do rapaz serão preservados. Ele testemunhou o que vivenciou dentro de uma escola, no bairro de Cajazeiras. "[Eu falei] 'rapidinho que vou lhe atender'. Ele [traficante] me respondeu: 'Você vai me atender agora' [...] e puxou uma arma", sustentou. 

"Do lado de fora tinha outro 'cara' dele. Um mesário meu saiu e chamou a Polícia Militar, que não atendeu a ocorrência. [O traficante] olhou para ele, dizendo: 'Você foi chamar a polícia, não é?! Vou te marcar' e foi embora", argumentou o presidente da seção. 

As eleições deste ano são marcadas exatamente pela proibição de armas dentro das seções eleitorais de todo o país, segundo regulamentação do Tribunal Superior Eleitoral. 

"A força armada se conservará a 100 metros da seção eleitoral e não poderá se aproximar do local da votação e não poderá adentrar sem ordem judicial ou do presidente da mesa receptora nas 48 horas que antecedem o pleito e nas 24 horas que o sucedem, exceto nos estabelecimentos penais e nas unidades de internação de adolescentes, respeitado o sigilo de voto", diz a regulamentação. 

"A previsão prevista no caput desse artigo aplica-se inclusive aos civis que carreguem armas, ainda que detentores de porte ou licença estadual", completa. 

A reportagem do Aratu On solicitou resposta ao TRE da Bahia sobre a denúncia ouvida pela Corte. A assessoria prometeu apurar o caso. O Aratu On pediu posicionamento à PM da Bahia, que não tinha enviado resposta até a publicação desta matéria. 


Fonte: Aratu ON


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