Bahia é o estado onde a polícia mais matou durante a pandemia, aponta relatório
A Bahia é o estado onde a polícia mais matou, em números proporcionais, durante a pandemia de Covid-19 - de julho de 2020 a junho de 2022 -. O dado foi revelado nesta quinta-feira (18/8) pela Rede de Observatórios da Segurança, que monitora ainda o Ceará, Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo. Ao todo, a estatística registrou 1.989 mortes.
Na Bahia, pontua a Rede de Observatórios, 16% das operações resultaram em mortes. No Rio de Janeiro, esse número foi de 10,4%. Em São Paulo, foi de 11,8%. Ceará (2,5%) e Pernambuco (3,5%) completam a lista.
Para a Rede, o Rio de Janeiro e a Bahia “são exemplos de corporações com cultura de tolerância com a brutalidade, corrupção e valorização da violência policial”. Foram computadas 20.243 ações policiais nos cinco estados.
A Secretaria da Segurança Pública da Bahia informou à Agência Brasil que os dados apresentados na pesquisa da Rede de Observatórios da Segurança estão em total desacordo com a produtividade das ações policiais no período analisado, com números “absurdamente subnotificados”.
Só de drogas apreendidas entre os anos de 2020, 2021 e o primeiro semestre de 2022, foram cerca de 100 toneladas provenientes de operações das polícias Militar e Civil, além de ações realizadas conjuntamente com as polícias Federal e Rodoviária, incluindo a erradicação de plantações de maconha. No mesmo período, 98 fuzis foram retirados das mãos de criminosos na Bahia.
PRISÕES
A própria SSP da Bahia está de olho nas ações. Na última sexta-feira (12/8), um soldado da Polícia Militar, suspeito de envolvimento em homicídios, foi preso em Salvador. A residência do militar foi um dos alvos de busca e apreensão de uma operação batizada de "Verdugo".
No total, foram nove mandados de busca e apreensão cumpridos nas cidades de Salvador, Lauro de Freitas, Vitória da Conquista e Contendas do Sincorá. A operação Verdugo investiga dois tenentes, um cabo e três soldados, todos da PM, suspeitos de envolvimento em homicídios, na região Sudoeste da Bahia.
Laudos periciais apontam indícios de execução em ocorrências classificadas como auto de resistência - quando o policial comunica que a vítima entrou em confronto com a força de segurança -.
Fonte: Aratu ON