Edson Fachin reage a Bolsonaro e diz que quem ataca eleição semeia antidemocracia

O presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Edson Fachin, rebateu nesta segunda-feira (18) as acusações e mentiras contadas pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), em evento com dezenas de embaixadores no Palácio da Alvorada.

Em evento da OAB-PR (Ordem dos Advogados do Brasil seccional Paraná), sem citar Bolsonaro, Fachin disse que quem divulga informações falsas sobre o sistema eleitoral brasileiro ”semeia a antidemocracia”.

“Vivemos um tempo intrincado, marcado pela naturalização do abuso da linguagem e pela falta de compromisso cívico, em que se deturpam, sistematicamente, fatos consolidados, semeando a antidemocracia, pretensamente justificada por um estado de coisas inventado, ancorado em pseudorrepresentações de elementos que afrontam, a toda evidência, a seriedade do sistema de justiça e a alta integridade dos pleitos nacionais”.

Segundo Fachin, os ataques feitos para desacreditar as urnas eletrônicas são ”encenações interligadas”. ”São eventos órfãos de embasamento técnico e pobres em substância argumentativa, e que violam as bases históricas do contrato social da comunicação, assim como premissas manifestas da legalidade constitucional”, completou.

O discurso de Fachin começou cerca de 30 minutos após o término da reunião de Bolsonaro com os embaixadores.

O presidente do TSE disse que há um ”inaceitável negacionismo eleitoral por parte de uma personalidade importante dentro de um país democrático” e que acusações contra o TSE, sem apresentar provas, é fato ”muito grave”.

”As entidades representativas como a OAB e a própria sociedade civil precisam fazer sua parte na garantia de que a democracia seja preservada. É importante a sociedade civil e o cidadão entenderem que esse tipo de desinformação, como a de hoje, pode continuar, uma vez que ao negacionismo não interessa as provas incontestes e os fatos”.

”Portanto, precisamos nos unir e não aceitar sem questionarmos a razão de tanto ataque”, concluiu.

Cézar Feitoza/Folhapress


Fonte: Marcos Frahm

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