Revitalizado, Memorial das Baianas de Acarajé é devolvido para turistas e soteropolitanos

Em clima de festa, ao som de fogos e dos tambores do grupo A Mulherada, o Memorial das Baianas de Acarajé, um dos importantes equipamentos históricos e culturais de Salvador, voltou a integrar a lista de atrativos dos soteropolitanos e turistas que visitarem a região do Centro Histórico da capital baiana.

Situado na Praça da Sé, ao lado do Monumento da Cruz Caída, o equipamento foi entregue pelo prefeito Bruno Reis nesta terça-feira (17/5), após passar por obras de revitalização. A iniciativa teve objetivo de resgatar a função do espaço para exposição permanente da história das baianas e para realização de eventos e divulgação da gastronomia regional, especialmente do acarajé.

O projeto foi elaborado pela Fundação Mário Leal Ferreira (FMLF) e contou com investimento de R$ 545,4 mil. A curadoria do espaço foi coordenada pela Fundação Gregório de Mattos (FGM) e as obras foram executadas sob a supervisão da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Obras Públicas (Seinfra).

Para o prefeito Bruno Reis, aniversariante do dia, a entrega do Memorial das Baianas de Acarajé é um momento bastante especial para a cidade.

“As baianas são um dos principais símbolos da cidade e projetam Salvador para o Brasil e para o mundo, são mulheres de fibra e que produzem um quitute que é conhecido nos quatro cantos do planeta. Aqui é um reconhecimento da história das baianas, é mais um ponto de visitação, mais um equipamento para receber turistas e soteropolitanos, e tenho certeza que esse novo memorial será um sucesso”.

Conceito – As intervenções feitas no equipamento envolveram desde criação de um novo leiaute, utilizando áreas que estavam mal aproveitadas, até reforma da cobertura, complementação em laje pré-moldada, melhorias no revestimento das paredes, no piso e nos forros, nova pintura, instalação de esquadrias de madeira, metálica e vidro. Abrangeu, ainda, colocação de novas instalações elétricas e hidráulicas, substituição de toldo, execução de paisagismo e iluminação cênica, serviço de drenagem pluvial e instalações de combate a incêndio e segurança. 

A obras promoveram mais acessibilidade, segurança e conforto para os que frequentam o espaço. A cozinha que já existia no memorial foi reformada para ser utilizada para cursos de culinária baiana. Também foi criado um espaço para pesquisa e para a associação.

Além disso, a ideia da revitalização foi proporcionar conhecimento e informações de interesse geral da população e turistas, estimulando a geração de renda, empreendedorismo e oportunidade de empregos. Por isso, foi criado um espaço para a comercialização de adornos, roupas e lembranças ligadas ao ofício das baianas.

“O projeto buscou resgatar esse patrimônio imaterial tão importante para Salvador, que é a baiana de acarajé. É um memorial que possui uma outra dinâmica, não apenas expositiva, mas também vai possibilitar que as baianas realizem seu ofício. Elas hoje reconquistam esse espaço e é uma homenagem mais do que justa à figura que representa a Bahia, através das vestimentas, do quitute e da história de matriz africana”, resumiu a presidente da FMLF, Tânia Scofield.

O presidente da FGM, Fernando Guerreiro, destacou que a curadoria foi realizada pela museóloga Jane Palma, que está atualmente à frente da Diretoria de Bibliotecas, Livro e Leitura da fundação, em tempo recorde: apenas seis dias. “É uma curadoria em movimento. A gente fez uma primeira leitura para a inauguração e, a partir de agora, vamos continuar trabalhando porque a baiana de acarajé é patrimônio, é tombamento, e merece um museu à altura”, declarou.

História – Inaugurado em 2009, o Memorial das Baianas é um equipamento que foi concebido para integrar diferentes espaços: cozinha, sala de oficinas, salas de exposição e centro de referência, numa perspectiva de potencializar a difusão dos conhecimentos associados ao ofício da baiana de acarajé, que é patrimônio cultural brasileiro, reconhecido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em 14 de janeiro de 2005, no Livro de Registro dos Saberes.

Com esse conceito, o memorial mostra a história do ofício das baianas bem como a imagem e trabalhos delas, como os fios-de-contas, pano-da-costa e sua indumentária. “Esse memorial é importante para todas as baianas de acarajé do Brasil, é um ponto de referência para as mulheres que estão país afora vendendo o produto. E Salvador tem o privilégio de ter esse espaço lindo, que é de resistência da mulher negra. É muito bom ter ele de volta, reaberto e reformado”, declarou a presidente da Associação Nacional das Baianas de Acarajé, Mingau, Receptivos e Similares (Abam), Rita Santos.

Investimentos – Desde 2013, o Centro Histórico da cidade tem sido alvo de um conjunto de iniciativas da Prefeitura. Já são mais de R$300 milhões de recursos destinados para medidas que promovam dinamização e reocupação dos espaços públicos da localidade, tais como reativação do Elevador do Taboão, requalificações do Terreiro de Jesus, da Avenida Sete de Setembro, Praça Castro Alves e do Mercado Modelo – esta última segue com obras em andamento.

A gestão municipal também investiu em novos equipamentos e atrações culturais, a exemplo da Cidade da Música e Casa do Carnaval. Ainda este ano, o Arquivo Público Municipal e Casa da História, no Comércio, estão previstos para serem entregues.

Fonte: Aratu ON

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