Trabalhadores baianos recebem o segundo pior rendimento médio do Brasil, aponta IBGE
A taxa de desocupação, ou, em resumo, a quantidade de pessoas desempregadas, tem caído na Bahia. Essa informação foi divulada nesta terça pelo Índice Brasileiro de Geografia e Estatistica (IBGE), em relação aos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC) Trimestral sobre o 3º trimestre de 2021.
No período, a taxa de desocupação na Bahia ficou em 18,7%, abaixo tanto do indicador do 2º trimestre de 2021 (20,2%) quanto do verificado no 3º trimestre de 2020 (21,1%), reafirmando uma tendência de queda. Essa foi a menor taxa de desocupação para o estado desde o início da pandemia.
Apesar da boa notícia, a Bahia ficou com a 2º maior taxa de desocupação do país, abaixo apenas do indicador de Pernambuco (19,3%). A taxa de desocupação mede a proporção de pessoas de 14 anos ou mais de idade que estão desocupadas (não trabalharam, procuraram trabalho e estavam disponíveis para assumir) em relação ao total de pessoas que estão na força de trabalho, seja trabalhando (pessoas ocupadas) ou procurando (desocupadas).
Segundo o IBGE, entre julho e setembro, 5,797 milhões de pessoas de 14 anos ou mais de idade trabalhavam na Bahia, 355 mil a mais do que o segundo semestre. Se comparado com o terceiro trimestre de 2020, o aumento foi mais expressivo, de 872 mil pessoas arrumando emprego em um ano.
DESALENTADAS
Dentre os que estão fora da força de trabalho, o número de pessoas desalentadas continuou a diminuir, ficando em 655 mil; Foi 7,8% menor do que o verificado no 2º trimestre (menos 56 mil desalentados no período) e 16,1% menor do que no 3º trimestre de 2020 (menos 128 mil desalentados em um ano).
A população desalentada é aquela que não está trabalhando nem procurando trabalho por uma das seguintes razões: não conseguia trabalho, não tinha experiência, era muito jovem ou idosa ou não encontrou trabalho na localidade. Entretanto, se conseguisse trabalho, estaria disponível para assumir a vaga. Apesar da diminuição, a Bahia segue com o maior número absoluto de desalentados do país desde 2012.
RENDIMENTO
Os trabalhadores baianos tem o 2º menor rendimento médio entre os 27 estados: R$ 1.583. Esse valor está acima apenas do registrado no Maranhão (R$ 1.511) e está bem aquém do Brasil como um todo (R$ 2.459).
Apesar da queda no rendimento médio, o aumento do número de pessoas trabalhando no estado impediu que a massa de rendimento real habitual de todos os trabalhos diminuísse.A massa de rendimento é a soma dos rendimentos de trabalho de todas as pessoas ocupadas. Indica o volume de dinheiro em circulação no estado.
Ela ficou em R$ 8,798 bilhões no 3o trimestre deste ano, 0,2% acima do trimestre anterior. Entretanto, o valor da massa de rendimento seguiu menor (-0,9%) do que o verificado um ano atrás, no 3o trimestre de 2020 (R$ 8,878 bilhões).
INFORMAL
Do 2º para o 3º trimestre de 2021, o número de trabalhadores na Bahia cresceu em quase todas as formas de inserção no mercado de trabalho. Mas, assim como já havia ocorrido na passagem do 1º para o 2º trimestre, o aumento mais expressivo ocorreu entre os informais.
Somando empregados no setor privado e domésticos sem carteira assinada, trabalhadores por conta própria e empregadores sem CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica) e pessoas que trabalhavam como auxiliares em algum negócio familiar, chegava-se a 3,226 milhões de informais na Bahia, no 3o trimestre. São 233 mil trabalhadores a mais que o trimestre anterior.
Do saldo positivo de 355 mil trabalhadores a mais na Bahia, de um trimestre para o outro, 233 mil eram informais: 65,8% ou 6 em cada 10 pessoas que passaram a trabalhar nesse período. No 3o trimestre, os informais representavam 55,6% de toda a população ocupada no estado. É a 5ª maior taxa de informalidade do país.
O aumento da informalidade no mercado de trabalho baiano, em termos absolutos, foi puxado com um pouco mais de força pelos trabalhadores por conta própria sem CNPJ. Passaram a participar deste grupo 83 mil pessoas. Os empregados no setor privado sem carteira vieram em seguida, com 72 mil cabeças a mais.
Frente ao 2º trimestre, as duas únicas formas de inserção com saldos negativos de trabalhadores, na Bahia, foram os trabalhadores domésticos com carteira assinada (-5 mil pessoa) e os empregadores formais/ com CNPJ (-4 mil).
No 3o trimestre de 2021, o rendimento médio real (descontados os efeitos da inflação) mensal habitualmente recebido por todos os trabalhos na Bahia ficou em R$ 1.583. Foi o rendimento mais baixo para o estado em toda a série histórica da PNAD Contínua, iniciada em 2012, com queda de 5,9% frente ao 2o trimestre de 2021 (quando havia sido de R$ 1.682) e de 15,7% em relação ao valor do 3o trimestre de 2020 (que havia sido de R$ 1.877).
Fonte: Aratu On