Aumento de casos de covid-19 coloca Bahia em alerta máximo para risco de colapso
O secretário de Saúde de Salvador, Léo Prates, definiu o atual cenário da pandemia na cidade como “alerta máximo” no que se refere a ocupação de leitos destinados à pacientes infectados pelo novo coronavírus. Segundo ele, nesta terça-feira (16) a capital baiana amanheceu com 33 pessoas, inicialmente atendidas em Unidades de Pronto Atendimento (Upas) e gripários, aguardando por vagas em hospitais.
Ainda de acordo com Prates, nos últimos dias o número de pacientes na fila da regulação se aproximou da quantidade atingida no auge da pandemia, no ano passado.
“Nós regulamos no último sábado com 54 pessoas oriundas das Upas municipais e dos gripários. Ontem regulamos 48 pessoas. No auge da pandemia nós regulávamos 60 pessoas oriundas das Upas e agora estamos quase no mesmo patamar. Mesmo ontem tendo feito o maior número de regelações dos últimos tempos, nós amanhecemos hoje com 33 pessoas aguardando regulação nas Upas”, disse o secretário em entrevista à TV Bahia na manhã desta terça.
Prates chamou a atenção ainda para sobrecarga no sistema de saúde já que as pessoas também procuram por atendimento médico em razão de outras doenças. “O cenário é de alerta máximo e o sistema de saúde está pressionado de uma forma que ele nunca esteve na pandemia. Nós ainda estamos sendo pressionados por outras doenças”, alertou.
De acordo com dados da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), dos 579 leitos de UTI adulto disponíveis na cidade para Covid, 425 estão ocupados. Já em relação a UTI pediátrica, 18 das 27 disponíveis estão ocupados.
Dos 135.774 casos confirmados na capital desde o início da pandemia, 130.549 são considerados curados. Até o momento, 3.487 pessoas morreram por complicações da Covid-19.
Por causa do alto índice de infectados, os bairros de Pernambués, Fazenda Grande e Boca do Rio vão passar a ter ações de proteção à vida, promovidas pela Prefeitura de Salvador a partir da quarta-feira (17). A decisão foi tomada pelo prefeito Bruno Reis (DEM), em reunião com secretários municipais para avaliação do cenário da Covid-19 na cidade, ocorrida nesta segunda-feira (15), no Palácio Thomé de Souza.
As localidades foram escolhidas por apresentarem índices preocupantes para o novo coronavírus, como número de novos casos, velocidade de transmissão e número de mortes. Pernambués, por exemplo, já acumula 4.467 novos casos; Fazenda Grande, 2.633 registros e Boca do Rio, 2.067 casos. A medida terá duração inicial de sete dias.
Já na Bahia, conforme boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesab), a taxa de ocupação de leitos de UTI para infectados pela doença é de 73%.
Até esta segunda (15), pelo menos nove unidades de saúde da Bahia estavam com 100% de ocupação de leitos por conta do avanço da doença nas últimas semanas.
Os hospitais sem vagas na Bahia são: Hospital Geral Cleriston Andrade (100% de ocupação de leitos clínicos - Feira de Santana), Hospital Santa Helena (100% de ocupação de leitos de UTI adulto - Camaçari), Hospital de Referência Itaigara (100% de ocupação de leitos clínicos - Salvador), Hospital do Subúrbio (100% de ocupação de leitos clínicos - Salvador), Hospital Regional Dantas Bião (100% de ocupação de leitos clínicos - Alagoinhas), Hospital Regional Costa Do Cacau (100% de ocupação de leitos clínicos - Ilhéus), Hospital Calixto Midlej Filho (100% de ocupação de leitos clínicos - Itabuna), Hospital Manoel Novaes (100% de ocupação de leitos de UTI pediátrica - Itabuna), Hospital São Vicente (100% de ocupação de leitos de UTI adulto - Jequié).
O território baiano já contabiliza 631.645 registros da doença. Destes, 605.744 são considerados recuperados e 15.103 encontram-se ativos. O número total de óbitos por Covid-19 no estado desde o início da pandemia é de 10.798, representando uma letalidade de 1,71%. Dentre os óbitos, 56,58% ocorreram no sexo masculino e 43,42% no sexo feminino.
No último domingo (14), o Brasil registrou a maior média móvel de mortes por Covid-19 de toda a pandemia do novo coronavírus: 1.105. Até então, a maior média era de 1.097 mortes, registrada em 25 de julho de 2020, no auge da primeira onda da doença no país. A média móvel é calculada somando o resultado dos últimos sete dias, dividindo por sete.
Fonte: BCNews